quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estranho...

Minha cama nunca pareceu tão vazia
Agora que não estou em teus braços
Pelo menos por hora,
Uma hora incerta
Eu sou obrigado a permanecer
Sem teu calor, teu cheiro...
É engraçado como são as coisas
Numa noite nos vemos
Calor, abraços, beijos, olhares
Na outra somos quase desconhecidos...
Confesso que não sei o que sinto,
Mas tua presença gravou no meu corpo
Lá no fundo
Num lugar onde você ninguém chega...
Seu vento frio espalha por tudo
Cada centímetro do seu corpo
Entranha em minha pele
Como o perfume que me faz dormir
Suave, doce, marcante...
Essa noite eu liguei o rádio
Tocava a música do nosso beijo.
Sentado na janela
Eu me entreguei as estrelas
Senti o vento me abraçar
E você dominou minha mente
Como quando estamos juntos...
fiz amor com a lua hoje
As nuvens a cobriram
Como uma dama que se cobre
Com um lençol fino
Após uma noite de carícias...
Acendo meu cigarro
E a fumaça desenha seu nome...
Agora eu vou embora,
Porquê é você que afasta sempre
E eu fico a me perguntar
Pra que tanta relutância?
Não mordo..!
Mas minhas marcas na sua alma
Podem doer mais que uma vida inteira
E hoje, eu penso aqui comigo
Eu posso ser sua vida?
Eu deveria..?
Acho que não...
Prefiro ficar com a Lua
E as lembranças
Do doce que corre em teu corpo...
Me deito na cama
E fecho os olhos
Sinto alguém me tocar
Um beijo, um carinho...
Abro os olhos pensando em você,
Mas é uma ilusão...
A Lua voltou para ter mais prazer
Enquanto você continua aí
Sozinho no frio
Na paranóia delirante
No museu das lembranças vivas...
Apago a luz,
Mas a Lua continua a iluminar
Enquanto fazemos amor intensamente...
Só consigo chamar seu nome
E a Lua me deixa.
Agora, sozinho outra vez
Esperando você voltar
Ou finalmente se encontrar em mim
Porque eu me encontrei em você...





Igor Padua

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