quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A cena

Uma cadeira vazia e fria no meio do palco
Eu sento nela e sinto aquele frio nas pernas...
Confiro as folhas com meu texto
E a cortina se levanta...
A luz ascende sobre mim
E começa o espetáculo
Que eu gosto de chamar de...
Interno...


Apague esse cigarro!
Não, eu não quero ouvir mais nada que você possa me falar...
Já não me importo com muita coisa faz tempo
E confesso que não quero mudar isso agora, pois estou bem demais assim...
Pode não parecer, pode ser simplesmente uma forma de me proteger do mundo
Mas eu preciso disso por hora
Mesmo que depois eu me arrependa de não ouvir sua voz, suas palavras doces que sempre me tocaram tão profundamente e tão suavemente...
Um belo dia, acordei pensando em você
E quando me dei conta, vi que estava com um sorriso de saudade no rosto...
Fiz questão de quebrar o espelho!
Gostar?
Claro que eu gosto de pensar em você, mas eu não estou mais sendo eu mesmo...
Não, preste atenção você!
É minha vez de lhe dizer uma coisa
Que há muito está entalada aqui dentro!
Pensei demais em muitas coisas...
Na sua injustiça, na minha indecisão
No meu carinho e no seu afeto
Na nossa saudade...
Agora eu consigo juntar os pedaços de um quebra-cabeças enorme
Quase sem fim...
Reconheço o que tanto queria esconder...
Aquela peça que eu mesmo escondia
Porque tinha medo do que estava acontecendo comigo...
Tinha medo do que eu consigo fazer pra conseguir meus objetivos
Pois sei que consigo qualquer coisa...
Não pense que estou enrolando você,
Mas precisava juntar mais forças pra dizer isso
Porque depois não terá mais volta...
Mas o que na vida tem volta?
Nada...
E não posso perder mais tempo...
Amo você...



Pego um cigarro...
Ascendo e dou uma traga...
A luz se paga
Fica somente a luz da brasa do meu cigarro
A cortina se fecha
E eu me vou....







Igor Padua

2 comentários:

  1. amei tudo isso...vc é um poeta nato....
    suspirei ....ahhhh linduuuuuu
    bjus amigo....sorte...sil

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