quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Natural

O Sol das bruxas está mais brilhante
Num anúncio de uma colheita farta
De uma primavera tranquila
Para que o amor floresça sem medos
Onde o predador e a presa se tornam amantes
Entre os véus da noite salpicada de estrelas...
Numa noite agradávelde primavera
A face virgem caminhava silenciosa no bosque das fadas
Pisando tão suave quanto o vento sobre o orvalho da grama,
Observando o florescer do gozo entre os seres
Vagando nas brumas de sua mente tranquila
Numa paz tão interna e externa,
Que não reparou a luz da fogueira
Enquanto adentrava a clareira enluarada...
Um silêncio reconfortante parirando no ar
Quando um jovem druida de ar sereno
Lhe sorriu com uma felicidade serena dos deuses
Enquanto puxava uma flauta para beijar-lhe
E soprar notas sagradas e secretas dos druidas
Na melodia capaz de curar a alma.
À medida que o jovem druida tocava,
Uma figura divina e galhada se mostrava
Como se o som da flauta fosse uma invocação aos deuses
Um chamado de apelo ao grande galhudo
Senhor das matas encantadas
Quase tão antigo quanto a Mãe.
O pulsar viril tomou conta do corpo
E no mais puro e inocente desejo
Aquela minha virgindade implurou para desaparecer
Como se meu corpo a rejeitasse
Sentindo que um amor e uma paixão,
Tão fortes quanto a vida em si,
Me dominavam e explodiam!
Olhando com o mesmo sentimento terno,
Aquele doce e belo jovem caminhou até mim
E como se aquela figura divina fosse carnal,
Fui abraçado por um manto aconchegante
Tão denso quanto a noite
E macio como as nuvens do verão,
Para que nossos corpos sentissem a energia
De um misto de vibrações e magia
Na mesma pureza que ele me beijou
E lentamente me deitou na grama humida...
Unir dois corpos e duas almas
Entre as forças da primavera
Com o mais poderoso e sagrado feitiço!
Após a união cósmica de nossos corpos,
Olhamos para aquele ser divino,
Sereno como o mar
E irradiante como o Sol
Que nos retribuiu com um sorriso
Simples que continha toda alegria do mundo.
O jovem druida me olhou sereno
Enquanto afagava meus cabelos
E me perguntou calmamente
"Você acha que foi errado?"
Sem esforço ou impedimento,
Me aninhei junto ao coração pulsante
Como um gato que descança tranquilo
E respondi com o mesmo sorriso divino
"Se os deuses não questionaram nada
E o Senhor das matas nos sorris com tanta alegria,
Como podemos estar errados?"
Um beijo calou o silêncio da noite
E o Sol mostrou aos dois jovens homens ali
Que nada mais era preciso,
Pois a Mãe já havia mostrado
O quão natural é o amor
Seja você humano ou não..!

Igor Padua

Nenhum comentário:

Postar um comentário