segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Memórias


Acho extremamente engraçado
O rumo das curvas do destino.
Num dia de outono no conhecemos
E várias luas depois,
Durante uma noite de fim de inverno,
Tudo desmorona...
Sinto falta da fuga encantada
Que sempre tive no som de tuas palavras,
Do carinho único que só floresce
Entre nossos dedos entrelaçados,
Do companherismo de nossas confidências,
Do sentimento que foi sufocado pela pressão da ausência...
Consigo me desligar de ti durante as horas que o mundo carnal,
Abençoado pelo Sol,
Esconde tua face terna.
Durante as horas que passo namroando a Lua
E cantando os mais belos lamentos de amor,
Sua lembrança volta como uma espada
Que transpassa e dilacera meu coração remendado.
Começo a pensar de uma mistura clara
Das mais confusas e estranhas
Que não valeu nada ter jogado fora nossa história
Sem ter lutado um pouco...
Mais intenso nas palavras que você só ouviu
Enquanto dormia no mais terno e caloroso dos meus abraços,
Onde a mente não parava de trabalhar
No mundo que você nunca esqueceu,
Onde o sentimento aflorava entre os dois
E nascia o maior medo entre os olhares
Dos pensamentos não revelados...
O medo de um perder o outro,
De se machucarem
Ou machucar quem nos faz bem.
Agora que o medo se concretizou,
Qual o passo seguinte?
Não sou frio ao ponto de agir
Como se nunca tivessemos vivido nada,
Como se fossemos apenas amigos de longa data.
Não amor,
Não finja que você tem essa frieza,
Pois lhe conheço bem demais.
Seu segredo é pensar sempre com a razão
Do que lhe preenche os bolsos,
Enquanto eu prefiro pensar na fonte
Do meu mais puro ser,
Na razão do que preenche minha alma...
Um amor mais antigo que o tempo
Foi redescoberto,
Mas não vivido.
Um segundo amor lhe fora destinado e ambos,
Sofrendo na alma,
Jogamos pela janela o que a Deusa nos deus
Como recompensa por tanta dor...
Nosso erro?
Egoísmo.
Nosso preço?
Memórias...

Igor Padua

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