segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Obediência

É isso mesmo meu bem,
Eu sou extremamente obediênte a você..!
Nem se dê ao trabalho de entender minhas palavras,
Pois mesmo que fosse sua real vontade
Ainda assim não adiantaria
Não pra você que é tão diferente e tão igual a tudo isso...
Eu pedi tanto pra que as coisas fossem um pouco deferentes entre nós dois,
Mas é claro que seu maldito ego não podia deixar isso acontecer
Porque seria muito fácil para o caos me deixar em paz uma única vez
E meu casamento com ele não é assim...
Eu passei tanto tempo com você aqui dentro
Que quando consegui afastar sua presença etérea do meu ser um pouco,
A novidade se mostra como guerra
E eu acabo me afastando entre mortos e feridos
E sua entorpecência de volta!
"Agora podemos tentar algo"
Pensou o ingênuo ainda jovem.
E mais uma vez aquela esposa vadia e ciumenta se prontificou
E maculou mais uma história de possível felicidade...
Não não!!!
O momento não me permite ficar lamento por nada
Nem mesmo por ti que não me é prometido
Que só me olha com esse affair carnal
O que nem de perto eu quero...
Mas como diz na música
"Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que seu olho pode ver
Só não desonre o meu nome"
E você sempre fez questão de esconder meu nome
E acabava me esquecendo entre as desonras do seu mundo.
Minha obediência à você morreu na mesma noite
Em que minha cabeça já não tinha mais como abaixar,
Pois a própria terra me amparava.
O cãozinho que sempre esteve disposto à te confortar
Agora se afasta silenciosamente num farfalhar dos pensamentos
E ao menor sinal da sua aproximação,
Mostra os dentes e ataca sem pressa
Como um lobo que pula na jugular da presa
E consegue manter os batimentos controlados...
Não quero e nem vou atacar você,
Mas minha alma está mais do que pronta
Para se proteger de qualquer coisa que venha,
Tanto de você, quanto de qualquer outro...
O novo sempre vem
Minha lua está se aproximando de seu ápice
Quase consegue encontrar o Sol
E sua lembrança já se torna uma sombra no deserto
Inexistente e imprecisa
De tal forma que nem me faz mais falta...
Por isso que obediência deve sempre ser pesada
E um dia acaba
Do mesmo que todo carnaval tem seu fim...


Igor Padua

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