segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Flor

Acho que estou cansado demais,
Pois começo a sentir algo aqui dentro
Um desejo estranhamente forte...
Não sei dizer se é uma forma de defesa
Por todo o sofrimento decorrido,
Se é um instinto natural
Como um animal que espera por sua presa,
Ou até mesmo se é um fruto indesejado
Do convívio solitário dos últimos tempos.
Todo aquele fogo que sempre aqueceu à tantos Sois
Agora anseia por sua Lua imortal
Por um toque suave das pétalas da primavera,
Consome uma fúria carnal
Que faz alimentar a tentação contida
Em ndesabrochar a mais cálida das flores
No mais íntimo de tuas pernas lisas
As coxas que me prendem sem força alguma...
Defeito?
Assim será chamado por muitos
Como tantos outros que dirão
Que mais uma alma foi salva por seu Pai...
Para entrar no reino dos céus
Eu devo despetalar as flores sagradas
Enquanto fico ouvindo os lamentos sóbrios
Das paredes frias que fanatizam Deus?
Venho de uma linhagem que não pensa assim,
Pois o reino detrás das brumas
Onde minha Mãe caminha livremente
Não se importa com tais dogmas abortados do irracional...
O que faz você amar de forma tão pura
É a mesma força que te faz desejar com tanto fervor?
Sol e Lua são iguais
E um não vive sem o outro,
Mas então por que ambos vivem tão só
Na companhia de seus iguais?
Flores de estrelas consolando a Lua
Enquanto o Sol penetra tudo com seus raios aconchegantes...
Hoje, mais do que nunca,
Não entendo nada ao meu redor,
Mas sei o que quero e necessito
E no momento anseio por tua flor..!
Momento final ou passageiro?
Ainda não sei ao certo,
Mas será intenso e verdadeiro..!
Só se ama a Lua verdadeiramente
Uma única e eterna vez...

Igor Padua

Nenhum comentário:

Postar um comentário